Independentemente dos altos e baixos
da economia internacional ou dos erros e acertos inerentes ao nosso governo,
cruciais para a economia, a área de Recursos Humanos sempre teve e terá seu
posicionamento perante as empresas e a própria sociedade. As oportunidades para
que a voz do RH seja ouvida com maior intensidade estão disponíveis como nunca,
cabendo aos profissionais do setor e às associações que os representam buscar
formas conjuntas de participação e diálogo.
É importante lembrar que o RH tem
sido, ao longo das últimas décadas, protagonista atuante nos processos de
mudança. A área soube lidar com os efeitos da evolução tecnológica, com os
processos de fusão e reestruturação, com a crise do desemprego e até com
modismos, que de tempos em tempos ganharam status nas corporações. Sendo assim,
sabe não só reconhecer a importância das transformações como entender os
efeitos que causam sobre homens, empresas e comunidades.
Esse conhecimento credencia os
profissionais do setor a terem uma participação decisiva nas reformas agendadas
pelo governo. Sem dúvida, a área pode contribuir para o aperfeiçoamento da
previdência, para as negociações que têm como objetivo a flexibilização cada
vez maior das relações do trabalho e reformas sociais necessárias.
Especificamente nas questões que envolvem as relações trabalhistas, o
RH desempenha o importante papel de intermediador das necessidades do
empregador, atuando como uma grande ouvidoria. Seu objetivo maior é administrar
posições e diferenças para que todos se sintam ouvidos, um perfeito Ombudsman
na área sócio-profissional.
Outra contribuição decisiva da área
está na intermediação do diálogo entre as empresas e o poder público, arte
plenamente dominada por aqueles que sempre estiveram nas mesas de negociação
que contrapunham capital e trabalho, governo e sindicatos, líderes e liderados.
Afinal, dialogar, negociar, trocar impressões e experiências são ações
permanentes de quem lida com pessoas.
Mais do que nunca, o RH pode assumir
um papel importante em outras questões vitais para a retomada do
desenvolvimento das empresas e, consequentemente, do país. Isso significa
continuar lutando pela qualidade de vida nas organizações, fundamental para a
obtenção de melhores índices de competitividade e pelo entendimento de que a
diversidade racial, regional, educacional ou de padrão é um atributo
extremamente contributivo para a criatividade.
Além disso, cabe ao RH trabalhar
para o engajamento das organizações em ações de responsabilidade social, que ultrapassem
as fronteiras do marketing, tendo reflexos positivos nas comunidades e na
ampliação do envolvimento das empresas com a educação de seus funcionários,
familiares ou comunidades, principalmente no sentido de desenvolver a cidadania
e o caráter – algo que ninguém fará, se o RH não o fizer.
Em resumo, e mais do que nunca, o RH
deverá desempenhar o papel de fazer as pessoas crescerem. Já o compromisso de
entidades que congregam profissionais do setor de todo o Brasil deve estar em
melhorar as condições para que isso aconteça e aumentar as possibilidades e os
espaços para que todos tenham voz e, principalmente, se façam ouvir.
Afinal, atrás de cada serviço, produto ou atividade, sempre existiu e
existirá GENTE, ainda que programando robôs.
Açucena Calixto Bonanato
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