quinta-feira, 17 de abril de 2014

Páscoa do bem


A Casa Ninho é uma casa transitória que abriga crianças e adolescentes em tratamento de câncer e que não residem na Capital. Geralmente realizamos ações beneficentes com eles, em caráter particular, como o dia de ontem (16), em que fizemos brincadeiras, um lanche reforçado e distribuímos ovos de páscoa.
A promoção desta reunião, como de outras, é sempre do Sérgio Marotta e minha e participaram conosco o Josenildo (IPC), a Mari (IPC), Julieta (colaboradora), Antonia (colaboradora), Marlene (mãe do Sergio), Doris (IPC), Alexandre (IPC).
Na ocasião, a Marlene entregou, para cada um, um coelho artesanal que ela mesma faz com a Liliana, sua filha. Dentro havia chocolate.
Em média, a Casa Ninho abriga sem custo e sem verba pública, 24 crianças e adolescentes e seus acompanhantes.
Aproveito para desejar uma Feliz Páscoa a todos!
Um abraço,
Açucena

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Destaque da Reatech 2014


O Fórum “Lei de Cotas e Trabalho Decente para a Pessoa com Deficiência”, organizado pelo Espaço Cidadania durante a Reatech 2014 foi um verdadeiro sucesso.

No auditório lotado, estavam presentes Dr. Ramon, procurador do MTE, Dr. José Carlos do Carmo (Kal), chefe da fiscalização da SRTE, Mara Gabrilli, deputada federal pelo PSDB, Romeu Kazumi Sassaki, especializado em aconselhamento de reabilitação e palestrante sobre a inclusão aplicada ao mercado de trabalho.

Neste fórum, o Espaço da Cidadania colocou em debate o cumprimento da lei de cotas prevista no artigo 93 da Lei 8213/91. A razão: Cumprida, a lei poderá garantir trabalho a cerca de 1 milhão de trabalhadores com deficiência, mas mal sai do papel na maioria das regiões do país, colocando em risco um direito e uma conquista social.


O objetivo principal do fórum é promover a disseminação de informações para combater o preconceito e a discriminação contra as pessoas com deficiência no mundo do trabalho.

Parabéns ao Clemente, organizador. 

terça-feira, 8 de abril de 2014

A sociedade atual e sua relação com o deficiente


Desde que me conheço por gente, acredito que todos agem de boa-fé e que isso nos leva sempre à perfeição, à busca de soluções verdadeiramente honestas e duradouras.

Sei, por experiência própria, que o simples fato de comentar sobre o assunto “pessoas com deficiência”, há uns 20 anos, era um despropósito ou apenas um receber de números que não tinham identidade.

Poucos órgãos públicos, algumas representações religiosas e particulares, de boa intenção, procuravam se inteirar desse assunto com a finalidade de benemerência ou filantropia.

Pessoas com deficiência, assunto que saiu da mais intensa escuridão, para a luz. Luz de lamparina. Escuridão essa que beirava o obscurantismo e a negligência, afinal deles nada ou muito pouco se sabia.

O ensino era simples e básico e muitos pais e mães, em atitude paternalista, preferiam tê-los apenas em casa, não os expor. Trabalhos manuais e atividades bem limitadas eram ofertados aos jovens e adultos, como forma de trabalho e terapia, porém para poucos.

Mas a evolução começa sempre com um primeiro passo, e buscar, localizar e dar voz as pessoas com deficiência trouxe uma nova realidade, escondida embaixo do tapete.

Por força de lei, as empresas precisam contratar pessoas com deficiência e não dá mais para esperar, a fim de ver se a lei pega ou não pega. Ela já pegou e dói no bolso.

Se, na visão empresarial, receber as pessoas com deficiência era apenas uma atividade solidária e caridosa, hoje, as grandes empresas descobriram com enorme surpresa que essas pessoas são capazes, responsáveis, pensam, logo concluem e são mão de obra qualificada para o mercado de trabalho.

E, não é raro, chegarem até nós alguns empresários que nos pedem pessoas com deficiência, mas “leve” (quantos quilos?). São aquelas que não aparecem muito, apenas as deficiências, “coisas mínimas” (ainda me assusto com esses conceitos).

É claro que as mudanças são significativas e visíveis, mas ainda estamos à luz de lamparina. Ainda precisamos de ajustes: as pessoas com deficiência também precisam acreditar mais e se qualificar para o mercado de trabalho. Afinal, elas estão mudando conceitos e transformando as suas vidas e de gerações futuras; do Estado, faz-se necessária a implantação de garantias de qualidade de vida para todos, para as pessoas com deficiência, um atendimento médico com agilidade e profissionais capacitados, isso sem falar num Brasil mais adaptado às necessidades dos deficientes; leis mais objetivas e claras para abrigar a todas as pessoas com deficiência, que hoje estão à margem da sociedade. E os empresários devem oferecer mais vagas para as pessoas com deficiência, não só para a área de atividade manual, operacional, mas também cargos de chefia, de supervisão. De liderança, por que não? Qual é o medo? Existem profissionais formados em universidades, com doutorado e com mestrado fora do país. Por que não oferecer responsabilidade a quem tem capacidade e sabe muito bem o que quer dizer superação e determinação?

O nosso país, como o mundo todo, se encontra em fase de transições econômicas, políticas e sociais. Todos, de forma radical, somos atingidos pelas mudanças e pelas crises. Este, com certeza, é o momento de uma transformação moral, ética e social para todos.

A pessoa física deve reconhecer o próximo com qualidade, capacidade e competência; e a pessoa jurídica, oferecer cursos e treinamentos para esses profissionais com deficiência e proporcionar a sua inclusão no mercado de trabalho. Isto é Responsabilidade Social verdadeira. O Estado deve cumprir o seu papel de defensor dos interesses sociais, não para contentar a poucos, mas a muitos que hoje perfazem uma fatia considerável da sociedade e que são economicamente ativos.

Todos somos responsáveis e podemos mudar essa realidade. Não cabe mais, nos dias atuais, achar que esse problema não é meu. É sim. As pessoas estão aí de forma visível, e conviver com elas de forma produtiva e respeitosa depende somente de um gesto.

Lembre-se, para se tornar uma pessoa com deficiência basta um segundo.

Abraços,


Açucena