Mais de 5.500
prefeitos assumiram, no dia 1º deste ano, a gestão de municípios de Norte a Sul
do Brasil, e carregam consigo o desafio de tornar nossas cidades “mais
acessíveis” para as pessoas com deficiência.
Não falo aqui
apenas do simples acesso aos espaços físicos (o que ainda não acontece em
muitos casos), nem das vagas obrigatórias exclusivas para deficientes (que
frequentemente são ocupadas pelas pessoas sem deficiência por mero “descuido”).
Meu apelo aos
novos gestores municipais vai além: é preciso ampliar, nas cidades brasileiras,
o acesso do deficiente à cultura, educação, saúde, ao trabalho, transporte,
turismo e lazer. Precisamos rever as políticas públicas municipais e implantar
programas e parcerias com organizações públicas, privadas e não governamentais
a fim de viabilizar efetivamente a inclusão social da pessoa com deficiência.
São Paulo, já
classificada como megacidade brasileira ao lado do Rio de Janeiro, está longe
de ser uma metrópole inclusiva, assim como a Cidade Maravilhosa também não é, e
ambas ainda têm inúmeras carências para a acessibilidade da pessoa com
deficiência.
Matéria
recente do jornal O Estado de S. Paulo traz informações de uma pesquisa da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste),
que revela que as calçadas cariocas têm mais condições de receber cadeirantes.
Das dez vias avaliadas na capital fluminense, metade é boa ou muito boa. Já nas
ruas e avenidas paulistanas, só as da avenida Paulista seguem padrões ideais de
segurança e conforto. Eis a herança da última gestão municipal na Capital.
Um exemplo
positivo, no entanto, vem da região Sul. No final de 2012, visitei a trabalho o
município de Gramado e observei que o cidadão com deficiência – habitante ou
turista – efetivamente tem vez por lá: calçadas e locais públicos acessíveis,
profissionais de áreas de serviço treinados para atender ao deficiente, espaços
culturais com programação adequada. A região ainda abrange Canela e Nova
Petrópolis, que também se preocupam com a acessibilidade de forma geral.
Já está mais
do que na hora de exigirmos do Executivo e Legislativo dos nossos municípios a
criação de programas locais efetivos de inclusão socioeconômica da pessoa com
deficiência para mudar o cenário do nosso País, não apenas porque o Brasil vai
sediar dois importantes eventos mundiais esportivos nos próximos anos. Somos a
6ª maior economia do mundo e 5ª maior população do planeta, e nossa população,
com e sem deficiência, precisa fazer jus a isso!
Vamos cobrar
já, antes das próximas eleições!
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